terça-feira, 22 de novembro de 2011

Saint-Exupery, Caio e Padre Quevedo

Um dia, num banco de praça se encontraram para uma conversa à toa Antoine de Saint-Exupery, Caio Fernando Abreu e o Padre Quevedo.

Saint-Ex disse:
Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essência, o teu amor não passa de um palavreado. Não descuides as felicitações, nem os presentes, nem os testemunhos.Serias capaz de amar a propriedade, se fosses excluindo dela, um por um, como supérfluos, porque particulares demais, o moinho, o rebanho, a casa? Como construir o amor, que é rosto lido através da urdidura, se não há urdidura sobre a qual escrever?
Sem cerimonial de pedras, não haveira catedral.

Nem haverá amor sem cerimonial em vistas do amor. Eu só atinjo a essência da árvore se ela modelou lentamente a terra segundo o ceriomonial das raízes, do tronco e dos ramos. Nessa altura, ela é una. Tal árvore e não uma outra.

Ora o amor não é tesouro a conquistar, mas obrigação de parte a parte, fruto de um cerimonial aceite, rosto dos caminhos da troca.

Caio estava com o olhar distante...e soltou essa, olhando para uma flor num canteiro não muito distante dali:
Tolo eu..que por receber carinho me senti amado!
Padre Quevedo então com sua expressão grave disse:
Sim,é possível ter carinho sem ser amado, de fato algumas pessoas esvaziam a palavra amor de sentido por usarem-na de forma leviana e descartável, mas...
Amar e não dar carinho...ISSO NÃO EKXISTE!

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