Precisamos de alegria e de tristeza, e de outras correntes emocionais
vetorialmente opostas, mas o que não precisamos com certeza é ceder
aos aborrecimentos, e deixar que maculem nossa natureza de boa
vontade, luz, compaixão, cordialidade, e capacidade de observar com
imparcialidade, com genuína vontade de aprender. Nada ganhamos ao
ceder ao sequestro emocional de quem quer botar sal na água que
bebemos.
Ninguém consegue ser o tempo todo esfuziantemente alegre. A felicidade não é isso. Uma pessoa feliz com certeza sente-se inteira, não há nada de relevante tolhindo a manifestação dos seus fenômenos interiores, nem desconfortáveis cabrestos impostos por alguém nem amarras impostas pelos próprios medos e fraquezas. Ela se sabe imperfeita, mas se ama, e tem ânimo para caminhar para frente.
"A tristeza nos dá
profundidade. A Alegria nos eleva. A tristeza nos dá raízes. A Alegria
faz com que nos ramifiquemos. A alegria é como uma árvore crescendo em
direção ao céu, e a tristeza é como suas raízes buscando o ventre da
terra. Ambas são necessárias, e quanto mais alto uma árvore se projeta,
mais ela precisa de raízes profundas. Isto lhe dá equilíbrio".
Osho
Na vida vivemos uma via de mão dupla entre os fenômenos interiores e os fenômenos exteriores, o que acontece no mundo influencia o que sentimos e pensamos, e aquilo que emerge do nosso espírito influencia o nosso viver, nos conduz a uma caminho ao invés de outro, faz com que lidemos com os fatos de uma forma ou de outra. Mas às vezes precisamos fechar um dos sentidos dessa via de mão dupla.
Uma pessoa só te machuca , te aborrece ou te afunda em um buraco de emoções negativas se você o permite. Mesmo que a raiva, a indignação, o desânimo tenham motivos bem razoáveis, no final somos nós que decidimos canalizar nossa energia para aquele caminho. Energia mental, tempo pensando naquilo, energia emocional, permitindo que o coração se acelere, o corpo se inquiete, que uma energia negativa afete apetite, sono, a sensação de bem-estar.
Não se ganha nada cedendo ao curso caudaloso dessas vibrações negativas que alguém tenta canalizar para sua vida, e neste ponto devemos nos conectar ao nosso interior e deixar fluir o que é genuinamente nosso, o que se alinha com a nossa caminhada evolutiva.
É dizer eu sou mais eu, isso não me atinge. É decidir não patrocinar algo que não se encaixa no caminho que você decidiu trilhar. A verdadeira força não é a energia de quem retalia na mesma moeda, é a de quem se mantém incólume e impávido, sem deixar se perturbar ou se alterar por algo que não tem lugar no seu interior.
Devemos procurar manter uma dieta emocional balanceada, sem fugir das emoções necessárias, sem deixar de enfrentar aquilo que sabemos que precisamos trabalhar, mas não somos obrigados a comer o pão que o diabo amassou quando este nos é ofertado por alguém. Recuse o que não te alimenta!
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