De vez em quando é preciso parar.
Parar e ver a vida que se descortina ante nossos olhos. De olhar e de ver com olhos de ver.
Saber olhar sem ser pelo canto do olho, aprender a olhar de frente o outro, as coisas, os espaços, os tempos. E saber ver, mesmo o que nos é ocultado pelas palavras, palavras que muitas vezes direcionam nosso olhar para ver, mesmo que sejam palavras nascidas nos nossos próprios pensamentos!
Olhar com olhos de ver. De ver o essencial do mundo e da vida. Mas também de ver os pormenores sutis que fazem a diferença. O que fica nos detalhes, que a pressa de ver as coisas prontas não nos deixa ver.
Olhar.Para rasparmos a tinta com que nos embotaram os sentidos, como recomendava o poeta Alberto Caeiro, nessa outra face de Fernando Pessoa. Para desaprendermos de tudo aquilo que nos corrói a esperança, nos aliena e oprime. E de tudo que cala a nossa voz, que nos impede de vivermos intensamente. De sermos verdadeiros com a nossa própria essência.
Dizia Saramago no Ensaio sobre a Cegueira: "se podes olhar, vê; se podes ver, repara'" Para não não ficares indiferente. Para compreender.
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